sexta-feira, 14 de maio de 2010

"O MONGE MAIS FELIZ DO MUNDO"

A meditação como caminho para a felicidade

Por Mingyur Rinponche (Monge).


"Por que eu sou feliz? Ai!", diz a estudante Sabrina dos Santos.
"Com a fé que eu tenho em Deus, eu me sinto uma pessoa muito feliz”, garante a comerciante Iracilda da Silva Diniz.
"O que me faz mais feliz nessa vida é minha esposa e os meus netos", opina o aposentado Otacílio Azevedo.
"O que me traz felicidade?", pergunta Sabrina dos Santos.
“Estar bem consigo mesmo", afirma o economiário Antenor Carvalhaes.
"Saúde e paz de espírito", lembra a contadora Irene de Freitas.
"Sou feliz", afirma Sabrina dos Santos.

Onde encontrar essa tal felicidade? Será que ela está aí, vagando pela rua, na forma de um grande amor, também à procura de ser feliz? Tem alegria maior para um torcedor do que o gol do título aos 40 e poucos do segundo tempo? Ou não há nada que se compare ao nascimento de um filho?

"Essa aqui é a minha razão de viver: a minha filha Yasmim. É Deus no céu e ela na terra. Quando eu chego em casa, a minha felicidade multiplica cada vez mais", conta o dedetizador Carlos Batista Brito.

Ou será que o caminho da felicidade passa pela casa lotérica?

"Bom, para quem sabe usar, o dinheiro traz felicidade", opina o vigia Edeval Trindade.
"Nada vale no mundo o sossego da gente. É melhor do que dinheiro", aponta a pensionista Arminda Coutinho.

Talvez, a chamada felicidade permanente seja mais do que isso e esteja bem perto da gente.
“Se você está procurando a felicidade apenas fora de você, sua vida vai parecer a Bolsa de Valores”, diz Mingyur Rinponche,

Palavras de um homem que parece ter uma cabeça diferente: o monge budista Mingyur Rinpoche.
O monge foi estudado por cientistas da Universidade do Wisconsin, nos Estados Unidos. Ele se submeteu a exames de ressonância magnética.
Enquanto meditava, uma parte do cérebro dele foi ativada com uma intensidade oito vezes maior do que o normal.
Os pesquisadores chegaram a pensar que a máquina estivesse com defeito.
A área é o chamado lobo pré-frontal esquerdo, que, segundo os pesquisadores, é fortemente ativado em pessoas que relatam sensação de felicidade.

Mingyur Rinpoche nasceu no Nepal, aos pés da maior montanha do mundo. E até a adolescência teve uma vida comum.
“Por qualquer coisinha, eu ficava muito feliz. E qualquer coisa errada, me deixava triste”, lembra.
Aos 13 anos, ele passou por um momento difícil:
“Eu tinha ataques de pânico, mas descobri que, quando meditava, o pânico sumia. Até que passou de vez”, conta.

O monge compara nossa mente a um copo com água e açúcar. Os pensamentos turvam a nossa visão como o açúcar, que turva a água mexida.
Meditar é deixar a mente em repouso, ele diz. Sem o redemoinho de pensamentos, temos clareza, equilíbrio, o que, de acordo com os budistas, nos leva à felicidade.

Mas será que é possível repousar uma mente atormentada pela correria?
Vamos ver se você consegue meditar: mantenha os olhos fixos na tela e procure não pensar em nada.
Concentre-se apenas na sua respiração.

Então, você conseguiu não pensar em nada? Ou sua cabeça ficou pulando de pensamento em pensamento?
Rinpoche define a mente de alguém tomado pela ansiedade como um macaco maluco, que não pára quieto.
A questão é: como serenar esse macaco e conseguir meditar?
“É como fazer ginástica. Quando você vai à academia, nas primeiras vezes, é doloroso.
Levantar o peso seis, sete vezes. Algum tempo depois, fica fácil. Cem vezes, duzentas. Com meditação, é a mesma coisa.
Tente quinze minutos por dia.
Esse é o caminho para você se tornar uma pessoa mais calma e mais feliz”, aconselha Mingyur Rinponche.

Nenhum comentário:

Postar um comentário